12 julho 2015

Artistas de Minas: Lygia Clark



Muda-se para o Rio de Janeiro, em 1947, e inicia aprendizado artístico com Burle Marx (1909-1994). Entre 1950 e 1952, vive em Paris, onde estuda com Fernand Léger (1881-1955), Arpad Szenes (1897-1985) e Isaac Dobrinsky (1891-1973). 




De volta para o Brasil, integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa (1923-1973). É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto e participa da sua primeira exposição, em 1959. Gradualmente, troca a pintura pela experiência com objetos tridimensionais. Realiza proposições participacionais como a série Bichos, de 1960, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador. Nesse ano, leciona artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos. Dedica-se à exploração sensorial em trabalhos como A Casa É o Corpo, de 1968. Participa das exposições Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Reside em Paris entre 1970 e 1976, período em que leciona na Faculté d´Arts Plastiques St. Charles, na Sorbonne. Nesse período sua atividade se afasta da produção de objetos estéticos e volta-se sobretudo para experiências corporais em que materiais quaisquer estabelecem relação entre os participantes. Retorna para o Brasil em 1976 dedica-se ao estudo das possibilidades terapêuticas da arte sensorial e dos objetos relacionais. Sua prática fará que no final da vida a artista considere seu trabalho definitivamente alheio à arte e próximo à psicanálise. A partir dos anos 1980 sua obra ganha reconhecimento internacional com retrospectivas em várias capitais internacionais e em mostras antológicas da arte internacional do pós-guerra.



Comentário Crítico

Lygia Clark trabalha com instalações e body art. Em 1954, incorpora como elemento plástico a moldura em suas obras como, por exemplo, em Composição nº 5. Suas pesquisas voltam-se para a linha orgânica, que aparece na junção entre dois planos, como a que fica entre a tela e a moldura. Entre 1957 e 1959, realiza composições em preto-e-branco, formadas por placas de madeira justapostas, recobertas com tinta industrial aplicada a pistola, nas quais a linha orgânica se evidencia ou desaparece de acordo com as cores utilizadas. Para a pesquisadora de arte Maria Alice Milliet, Lygia Clark é entre os artistas vinculados ao concretismo, quem melhor compreende as relações espaciais do plano. A radicalidade com que explora as potencialidades expressivas dos planos, leva-a a desdobrá-los, como nos Casulos (1959), que são compostos de placas de metal fixas na parede, dobradas de maneira a criar um espaço interno. No mesmo ano, participa da 1ª Exposição Neoconcreta. O neoconcretismo define-se como tomada de posição com relação à arte concreta exacerbadamente racionalista e é formado por artistas que pretendem continuar a trabalhar no sentido da experimentação, do encontro de soluções próprias, integrando autor, obra e fruidor. Inicia, em 1960, os Bichos, obras constituídas por placas de metal polido unidas por dobradiças, que lhe permitem a articulação. As obras são inovadoras: encorajam a manipulação do espectador, que conjugada à dinâmica da própria peça, resulta em novas configurações.

Em 1963, começa a realizar os Trepantes, formados por recortes espiralados em metal ou em borracha, como Obra-Mole (1964), que, pela maleabilidade, podem ser apoiados nos mais diferentes suportes ocasionais como troncos de madeira ou escada. Sua preocupação volta-se para uma participação ainda mais ativa do público. Caminhando (1964) é a obra que marca essa transição. O participante cria uma fita de Moebius [August Ferdinand Moebius (1790-1868), matemático alemão]: corta uma faixa de papel, torce uma das extremidades e une as duas pontas. Depois a recorta no comprimento de maneira contínua e, na medida em que o faz, ela se desdobra em entrelaçamentos cada vez mais estreitos e complexos. Experimenta um espaço sem avesso ou direito, frente ou verso, apenas pelo prazer de percorrê-lo e, dessa forma, ele mesmo realiza a obra de arte. Inicia então trabalhos voltados para o corpo, que visam ampliar a percepção, retomar memórias ou provocar diferentes emoções. Neles, o papel do artista é de propositor ou canalizador de experiências. Por exemplo, em Luvas Sensoriais (1968) dá-se a redescoberta do tato por meio de bolas de diferentes tamanhos, pesos e texturas e em O Eu e o Tu: Série Roupa-Corpo-Roupa (1967), um casal veste roupas confeccionadas pela artista, cujo forro comporta materiais diversos. Aberturas na roupa proporcionam, pela exploração táctil, uma sensação feminina ao homem e à mulher uma sensação masculina. A instalação A Casa É o Corpo: Labirinto (1968) oferece uma vivência sensorial e simbólica, experimentada pelo visitante que penetra numa estrutura de 8 metros de comprimento, passando por ambientes denominados penetração, ovulação, germinação e expulsão. Entre 1970 e 1975, nas atividades coletivas propostas por Lygia Clark na Faculté dArts Plastiques St. Charles, na Sorbonne, a prática artística é entendida como criação conjunta, em transição para a terapia.

Em Túnel (1973) as pessoas percorrem um tubo de pano de 50 metros de comprimento, onde às sensações de claustrofobia e sufocamento contrapõe-se a do nascimento, por meio de aberturas no pano, feitas pela artista. Já Canibalismo e Baba Antropofágica (ambos de 1973) aludem a rituais arcaicos de canibalismo, compreendido como processo de absorção e de ressignificação do outro. No primeiro acontecimento, o corpo de uma pessoa deitada é coberto de frutas, devoradas por outras de olhos vendados e, no segundo, os participantes levam à boca carretéis de linha, de várias cores e lentamente os desenrolam com as mãos para recobrir o corpo de uma pessoa que está deitada no chão. No final, todos se emaranham com os fios. A partir de 1976, dedica-se à prática terapêutica, usando Objetos Relacionais, que podem ser, por exemplo, sacos plásticos cheios de sementes, ar ou água meias-calças contendo bolas pedras e conchas. Na terapia, o paciente cria relações com os objetos, por meio de sua textura, peso, tamanho, temperatura, sonoridade ou movimento. Eles permitem-lhe reviver, em contexto regressivo, sensações registradas na memória do corpo, relativas a fases da vida anteriores à aquisição da linguagem.

A poética de Lygia Clark caminha no sentido da não representação e da superação do suporte. Propõe a desmistificação da arte e do artista e a desalienação do espectador, que finalmente compartilha a criação da obra.

Na medida em que amplia as possibilidades de percepção sensorial em seus trabalhos, integra o corpo à arte, de forma individual ou coletiva. Finalmente, dedica-se à prática terapêutica. Para Milliet, a artista destaca-se sobretudo por sua determinação em atravessar os territórios perigosos da arte e da terapia.

Algumas obras




























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09 julho 2015

Dalva de Oliveira



No dia 5 de maio de 1917, nascia em Rio Claro, no interior de São Paulo, Vicentina de Paula Oliveira. Seu pai, Mário Antônio de Oliveira, era carpinteiro e, a bem da verdade, esperava para primogênito um menino, Vicente. Sua mãe, Alice do Espírito Santo Oliveira, nascida em Portugal e naturalizada brasileira, ajudava no orçamento da família, fazendo salgados para um bar vizinho.

Além dela, os pais tiveram mais três meninas (Nair, Margarida e Lila) e um menino que nasceu com problemas de saúde e morreu ainda criança. Seu pai, que era conhecido na cidade pelo apelido de Mário Carioca, era marceneiro e músico nas horas vagas (tocava clarinete). Costumava realizar serenatas com seus amigos músicos, chegando a organizar um conjunto para tocar em festas. A pequena Vicentina gostava de acompanhá-lo nessas serenatas. Viviam de forma bastante modesta e quando ela tinha apenas oito anos, sofreram um duro golpe familiar: Mário faleceu, deixando a esposa com quatro filhos para criar. Dona Alice resolveu, então, tentar a vida na capital paulista, onde arrumou emprego de governanta. Conseguiu vaga para as três filhas em um internato de irmãs de caridade, o Internato Tamandaré, onde Vicentina chegou a ter aulas de piano, órgão e canto. A menina ficou lá por três anos, até ser obrigada a sair, devido uma séria infecção nos olhos. Nessa ocasião, a mãe perdeu o emprego, pois os patrões não aceitaram a presença da menina. Dona Alice conseguiu emprego de copeira em um hotel e Vicentina passou a ajudá-la. Trabalhou então como arrumadeira, como babá e ajudante de cozinha em restaurantes. Depois, conseguiu um emprego de faxineira em uma escola de dança onde havia um piano.

1934
Transferiram-se para o Rio de Janeiro, onde foram morar à Rua Senador Pompeu, numa "cabeça-de-porco", segundo a própria cantora. Nessa época, a família já estava novamente reunida (as irmãs voltaram a morar com a mãe).

1937
Casou-se com Herivelto Martins, com quem teve seus dois filhos, Pery e Ubiratã: o primeiro tornou-se cantor (é o conhecido Pery Ribeiro); o segundo trabalha em televisão (foi "camera man" e depois produtor de programas televisivos, como o "Fantástico", da TV Globo).



Uma das grandes estrelas dos anos 40 e 50. Dona de uma poderosa voz, cuja extensão ia do contralto ao soprano, marcou época como intérprete. Iniciou sua carreira em São Paulo. Depois de terminar o serviço de faxina do salão de danças em que trabalhava, costumava cantar algumas músicas, tentando tirar melodias ao piano. Um dia, foi ouvida pelo maestro pianista, que a convidou para cantar numa "troupe", chefiada por Antônio Zovetti. "Era um cirquinho de tablado", segundo depoimento da cantora, que correu várias cidades de São Paulo, até chegar a Belo Horizonte (MG).

Sua participação acontecia nos intervalos dos espetáculos, quando era anunciada como "A menina prodígio da voz de ouro". Sua mãe foi junto, a convite do próprio empresário. Foi nessa época que passou a usar o nome de Dalva, sugerido pela mãe, pois Zovetti achava que seu nome não era bom para uma cantora.

Assim, passaram a anunciá-la como a "doçura de voz da menina prodígio: a estrela Dalva!" Em Belo Horizonte aconselharam-na a fazer um teste na Rádio Mineira. Foi aprovada, mas, com a dissolução do Circo Damasco, voltaram a São Paulo. O maestro aconselhou sua mãe a ir para o Rio de Janeiro, dizendo que a menina tinha futuro e que na Capital Federal teria mais chances. Lá, Dalva empregou-se como costureira numa fábrica de chinelos, da qual um dos proprietários (Milton Guita, conhecido como Milonguita) era diretor da Rádio Ipanema (atual Mauá).

Dalva gostava de cantar enquanto trabalhava e Milonguita um dia a ouviu. Convidou-a, então, para um teste na Rádio Ipanema. Foi aprovada e logo depois transferiu-se para as Rádios Sociedade e Cruzeiro do Sul, onde cantou ao lado de Noel Rosa. Depois, passou pela Rádio Philips e finalmente conseguiu trabalho na Rádio Mayrink Veiga. Na época, Adhemar, diretor da rádio, levou-a para conhecer o maestro Gambardella, que apesar de achar que ela possuía potencial para tornar-se uma cantora lírica, aconselhou-a a manter-se como cantora popular. O maestro sabia que uma moça pobre dificilmente poderia seguir uma carreira que carecia de recursos e não tinha muito futuro no Brasil. Era carreira para quem havia nascido rica. Assim, sugeriu que ela utilizasse sua voz para o canto popular.

Nessa época, foi chamada para trabalhar no teatro com Jayme Costa, fazendo pontas em operetas no Teatro Glória. Trabalhou na temporada popular da Casa de Caboclo, do Teatro Fênix, onde atuou ao lado de Jararaca e Ratinho, Alvarenga e Ranchinho, Ema D'Ávila, Diamantina Gomes e Antônio Marzullo. No mesmo período, trabalhou na Cancela, em São Cristóvão, num teatro regional onde ela apresentava números imitando a atriz Dorothy Lamour. Foi lá que conheceu Herivelto Martins,que atuava com o parceiro Nilo Chagas, formando a Dupla Preto e Branco. Ali, Dalva fez os primeiros números com a dupla. Logo depois, Herivelto foi contratado para trabalhar no Teatro Fênix, de Pascoal Segreto, e propôs a Dalva que ela viesse cantar com ele e Nilo, formando então um trio. Começaram então um namoro. No início o trio chamava-se Dalva de Oliveira e a Dupla Preto e Branco.

Foi César Ladeira que sugeriu que trocassem o nome para Trio de Ouro. Foram então contratados pela Rádio Mayrink Veiga e gravaram o primeiro disco em 1937, na RCA Victor, com as músicas Itaguaí e Ceci e Peri, ambas de autoria de Príncipe Pretinho. Na época em que gravaram o disco, Dalva estava esperando seu primeiro filho,e o público escrevia pedindo que, se fosse um menino, eles o batizassem de Pery, e, se fosse menina, Ceci. Foi o que aconteceu quando Dalva deu à luz ao futuro cantor Pery Ribeiro.

1938
Transferiram-se para a Rádio Tupi e para a gravadora Odeon. Seus maiores sucessos com o Trio de Ouro foram os sambas Praça Onze, de Herivelto Martins e Grande Otelo, e Ave-Maria no morro, de Herivelto, gravados em 1942, o primeiro com o Trio acompanhando Castro Barbosa.

1943
Gravaram com sucesso Laurindo, um samba de Herivelto. Na decada de 1940 atuaram no Cassino da Urca e no Cassino Icaraí.

1944
Participou do filme "Berlim na batucada", de Luís de Barros.

1945
Gravou na Continental, com Carlos Galhardo e Os Trovadores, a adaptação de João de Barro para a história Branca de Neve e os Sete Anões, com músicas de Radamés Gnattali.

1946
Participou do filme "Caídos do céu", de luís Barros.

1947
Dalva e Herivelto separaram-se, iniciando uma batalha de ofensas mútuas muito explorada pela imprensa da época mas somente dois anos depois, quando fizeram excursão à Venezuela com a Companhia de Derci Gonçalves, o trio se desfez. Dalva ainda ficou naquele país, apresentando-se com o maestro Vicente Paiva, por mais um ano.

1949
Casou-se com o argentino Tito Clement, adotando uma menina, Dalva Lúcia. Foi morar com ele em Buenos Aires.

1950
Retornou ao Brasil, quando a gravadora Odeon a rejeitou, pois os produtores não acreditavam em sua carreira solo. Foi Vicente Paiva, na época um dos diretores artísticos da gravadora, que lhe deu seu aval, dizendo que se o samba Tudo acabado não estourasse, ele se demitiria. O samba, de fato, foi um grande sucesso na voz de Dalva, inaugurando uma duradoura batalha musical entre ela e Herivelto, que usavam a música para se acusarem mutuamente pelo fracasso do casamento. Nessa polêmica musical destacaram-se, além de Tudo acabado, Que será e Errei sim, ambas gravadas em 1950.

1951
Vieram outros sucessos com o samba-canção Ave-Maria, de Vicente Paiva e Jaime Redondo, e a marcha Zum-zum, de Paulo Soledade e Fernando Lobo. Nessa época, fez várias excursões ao exterior, apresentando-se no Uruguai, Argentina, Chile e na Inglaterra. Em Londres, cantou na festa de coroação da Rainha Elizabeth II, no Hotel Savoy, acompanhada pelo maestro Robert Inglis.

1952
Esse repertório foi gravado em Londres, nos estúdios da Parlophone, com o maestro Inglis e sua orquestra. O nome de Inglis foi aportuguesado para Inglês, a fim de facilitar sua comercialização no Brasil. No elepê, eles recriaram clássicos brasileiros como: Tico-tico no fubá, Aquarela do Brasil,Bem-te-vi atrevido e Na Baixa do Sapateiro, além de vários outros sucessos de Dalva. Apesar de estilizar os sambas e choros num ritmo que está mais para o mambo, ou outros ritmos latinos, o elepê de Dalva de Oliveira com Roberto Inglês pode ser visto como um difusor da MPB no mundo segundo Tárik de Souza. Ainda em 1952, lançou novos sucessos:Kalu, um baião de Humberto Teixeira, e Fim de comédia, samba de Ataulfo Alves. Naquele ano, foi eleita Rainha do Rádio e excursionou pela Argentina, apresentando-se na Rádio El Mundo, de Buenos Aires. Foi nessa ocasião que conheceu o empresário Tito Clemente, seu futuro marido. Participou de outros filmes, ainda na década de 50: "Maria da praia", de Paulo Wanderley; "Milagre de amor" e "Tudo azul", ambos de Moacir Fenelon.

1963
Dalva e Tito Clement separaram-se e depois ela casou-se com Manuel Nuno Carpinteiro.

1965
Sofreu grave acidente automobilístico, sendo obrigada a abandonar a carreira por alguns anos.

1970
Retornou, lançando um dos grandes sucessos do ano e também seu último:Bandeira branca, marcha-rancho de Max Nunes e Laércio Alves. No início dos anos 70, morava em uma confortável casa no bairro carioca de Jacarepaguá.

1971
Apresentou-se no Teatro Tereza Raquel no Rio de Janeiro. No fim da carreira, apresentou-se em vários programas de televisão e em shows.

1972
Faleceu vítima de hemorragia no esôfago.




08 julho 2015

Arte em Papel: Origami



Não há data exata do surgimento da arte milenar do origami, alguns historiadores acreditam que tenha surgido após a invenção do papel, quando o mesmo foi introduzido no Japão por volta dos séculos V e VI, sendo uma decorrência natural da invenção do papel. A técnica teve origem no Japão, sendo aperfeiçoada e propagada pelo mundo inteiro.

As figuras representadas no origami têm diferentes significados para os japoneses, como, por exemplo, tsuru (cegonha) simboliza a felicidade, boa sorte e saúde, o sapo significa amor e felicidade, entre outros. As primeiras dobraduras foram criadas quando o Estado e a religião eram um só, dessa forma representavam a natureza das cerimônias religiosas.

Estes, porém, eram a mistura de origami com kirgami (arte de formar figuras através de recortes de papéis), eram confeccionados com papéis manufaturados unicamente para o uso dos sacerdotes xintoístas. Com a intenção de honrar o espírito das árvores que davam vida ao papel, os sacerdotes xintoístas passaram a pregar regras rígidas para a arte do origami como, por exemplo, não cortar ou colar as folhas.

Até metade do século XIX, a arte das dobraduras era restrita aos adultos pelo alto custo do papel, porém, em 1876, o origami passou a ser ensinado nas escolas, fazendo parte da educação dos japoneses.

Por Eliene Percília























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07 julho 2015

Arte Brazuca na Alemanha



Desde o início de setembro, quem anda por Frankfurt, na Alemanha, depara-se com trabalhos de 11 artistas brasileiros que foram convidados pelo instituto Schirn Kunsthalle para ocuparem as ruas da cidade. O projeto faz parte da programação paralela à homenagem da Feira do Livro de 2013 ao Brasil. É a primeira vez que Frankfurt tem a possibilidade de entrar em contato com a produção recente do graffiti brasileiro, que é visto internacionalmente como uma das cenas mais vibrantes e interessantes do mundo da arte de rua. 

A Street -Art Brasil tem curadoria de Carolin Köchling, que define essa vertente no Brasil como um grafite globalizado. "A cena do graffiti brasileiro é uma das mais prósperas e dinâmicas no mundo hoje. Em comparação com os europeus e norte-americanos, esses artistas não usam praticamente nenhuma escrita. Eles transmitem seus conteúdos enfaticamente políticos e históricos através de uma linguagem visual que lhes permite estabelecer um diálogo direto com os espectadores”, comenta.

“Colocados em pontos centrais da cidade, obras de grande escala vão deixar claro para todos que possam ver que o graffiti brasileiro é um importante veículo para a expressão da opinião pública, motivação política da contracultura e um movimento artístico diversificado, dinâmico e esteticamente profundo”, complementa Max Hollein, diretor do Schirn.

Participam da exposição Herbert Baglione, Tinho Nomura, Gais, Rimon Guimarães, Jana Joana & Vitché, Nunca, Onesto, Alexandre Orion, Speto, Fefe Talavera e Zezão. Veja aqui as fotos dos murais produzidos por esses artistas e abaixo um vídeo realizado pelo Schirn Kunsthalle sobre as ocupações urbanas.


























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06 julho 2015

Um Mestre dos Retratos: Rembrandt




Ele nasceu em família humilde, ficou bastante rico antes dos 30 anos, foi proprietário de uma mansão e colecionava finos objetos de arte. Foi à falência e, ao morrer, vivia em extrema simplicidade, recluso em sua casa. Trabalhou incansavelmente até o fim da vida, produzindo uma quantidade admirável de telas, gravuras e desenhos. Este era Rembrandt Harmenszoon van Rijn, possivelmente o maior pintor que a Holanda já teve, e que só seria reconhecido como tal a partir do século 19.

Nascido em Leiden em 15 de junho de 1606, Rembrandt era o oitavo de nove filhos. Filho de um moleiro, era o único a não trabalhar na moagem de trigo com a família, tendo ingressado, ainda aos sete anos, na Escola Latina de Leiden. Sua vocação para o desenho e a pintura já era visível.

Rembrandt ainda faria uma passagem rápida pela Universidade de Leiden, antes de se mudar para Amsterdã a fim de tornar-se discípulo do então famoso pintor Pieter Lastman. Foram seis meses de aprendizado e influência: Lastman havia estudado na Itália e apreciava os efeitos dramáticos e a representação detalhada de adornos e vestimentas.

Mas foi somente após a parceria com Jan Lievens, com quem dividiu um estúdio, que Rembrandt começou a criar sua reputação de artista talentoso e promissor. Com não mais de 21 anos já era professor de pintura e, aos 25, realizou seu primeiro trabalho por encomenda: o retrato de Nicolaes Ruts, um rico comerciante.

Entre 1632 e 1633 produziu cerca de 50 retratos, um número impressionante. Rembrandt era requisitado pelos burgueses enriquecidos que desejavam se ver eternizados nas paredes de suas casas. Data dessa época um de seus mais famosos quadros: "A Lição de Anatomia do Dr. Tulp", obra em que revolucionou a idéia de "retrato de grupo" ao trazer para a tela homens que, apesar de não serem, nenhum deles, personagens principais, conservam detalhes individuais e expressões únicas.

Em 1634 casou-se com Saskia, com quem teve quatro filhos. Somente o último deles, porém, chegaria à idade adulta. Saskia, já com a saúde debilitada, morreu cerca de um ano depois do último parto. Tinha início uma nova - e desafortunada - fase: Rembrandt passava a ser menos procurado pela burguesia, ironicamente porque apurava sua técnica e se recusava a fazer os retratos que seus clientes esperavam. Ao invés de belos e enaltecedores, seus quadros se tornavam mais expressivos e reveladores. E as pessoas não gostavam de se ver retratadas de maneira fiel e verdadeira.

O artista passou a contrair dívidas e começou a vender seus bens. Em 1650 tem início sua "fase experimental", quando passou a fazer testes com água-forte, técnicas de impressão, novas tonalidades e papéis diferentes. Sua última companheira, quase 20 anos mais jovem, seria Hendrickje Stoffels, que começou como empregada em sua casa. Com ela teve mais dois filhos sendo que somente a caçula, Cornelia, sobreviveu. Rembrandt morreu aos 63 anos, morando numa casa humilde e ainda pintando. Em seu cavalete deixou um último quadro, ainda por terminar.











A descida da cruz Rembrandt



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Filósofo em Meditação - Rembrandt


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Rembrandt, Rembrandt Harmenszoon van Rijn, Holanda, 1606-1669, A Volta do Filho Pródigo 3


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