09 fevereiro 2015

Ingmar Bergman







Bergman foi a figura mais destacada do cinema escandinavo. Ultrapassou as fronteiras da Suécia e atingiu a universalidade abordando temas intrínsecos à existência humana.

Filho de um pastor protestante, Ernest Ingmar Bergman teve formação luterana e descobriu o teatro quando era estudante. Na Universidade de Estocolmo, estudou literatura e historia da arte antes de trabalhar, como ajudante de produção, na ópera Real de Estocolmo.

Em 1943, pela montagem de sua obra "A morte de Gaspar", foi contratado pelo departamento de roteiros. De 1944 a 1952, Bergman foi diretor artístico do Teatro Municipal de Helsingborg, período em que dirigiu seu primeiro filme "Kris" (1946) e uma serie de adaptações, em que já apareciam suas preocupações existenciais.

Em seguida fez "Jogos de Verão" (1950) e "Um Verão com Mônica" (1952). Seus filmes eram estrelados por seus atores favoritos: Max Von Sydow, Liv Ullmann, Harriet Anderson, Gunnar Bjornstrand e Bibi Anderson.

O amplo conjunto de sua obra engloba desde a comédia leve ao drama psicológico ou filosófico mais profundo. Em suas comédias, como "Uma Lição de Amor"(1954) ou "O Olho do Diabo" (1960), destaca-se o tratamento lírico de seu conteúdo sexual. Entre suas obras dramáticas, "O Sétimo Selo" (1956) é uma trama medieval sobre a relação do homem com Deus e a morte. Além de premiado em Cannes, o filme - uma obra-prima - deu a Bergman a notoriedade internacional.

No mesmo estilo denso e metafísico, sua obra engloba "Morangos Silvestres" (1957) e "A Fonte da Donzela" (1959). Nos anos 60, seus filmes foram ficando cada vez mais profundos, com imagens psicológicas criadas a partir dos próprios sentimentos e da visão do diretor, caso de "Persona" (66), "O Silêncio" (1963) e "A Hora do Lobo" (1968).

Ao contrário dos filmes americanos da época, que faziam tudo para chamar a atenção, Bergman preferia os tons suaves, a sutileza dos movimentos, o tempo da reflexão. Os recursos técnicos que utilizava eram os flashbacks e as sequências de sonhos e visões.

Seus filmes da década de 70 não foram tão elaborados, mas nem por isso são menos geniais. São os casos de "Gritos e Sussurros" (1972), "Flauta Mágica" (1974), "O Ovo da Serpente"(1977) e "Sonata de Outono" (1978), com a atriz Ingrid Bergman.

Em 1983, ganhou pela terceira vez o Oscar de melhor filme estrangeiro por "Fanny e Alexander", uma recriação de sua própria infância. Foi sua despedida como diretor do cinema. Depois, Bergman ainda dirigiu e escreveu filmes para a televisão, e fez roteiros para o cinema.

No âmbito pessoal, casou-se cinco vezes e teve sete filhos: com Else Fisher, 1943 a 1945 (filha Lena); com Ellen Lundström, 1945 a 1950, (dois filhos, Jan e Mats e duas filhas, Eva e Anna); com Gun Grut, 1951 (filho Ingmar); com Käbi Laretei, 1959 a 1965 (filho Daniel Sebastian); com Ingrid von Rosen, 1971.

Teve ainda uma filha, Linn, com atriz norueguesa Liv Ullmann, em 1966. Ullmann atuou em dez filmes de Bergman, entre eles obras-primas como "Quando Duas Mulheres Pecam" (1966) e o já mencionado "Gritos e Sussurros" (1972).












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