02 abril 2015

Crônicas da Filosofia – Aprendizado




Graças a Deus, faço parte do grupo de pessoas que nunca perderam pedaços externos. O quê sei do assunto me chegou pela televisão, através de reportagens de ocasião. Os dados que me interessam mencionar nesta crônica são os que falam sobre adaptação.

No caso de pessoas que perdem parte de um membro ou vivem a fatalidade de se verem mutilados por acidentes ou doenças, devem trabalhar com a novidade da mudança. Diferente de pessoas que nascem deficientes e se acostumam a viver com suas limitações, aquele que perde uma peça da fuselagem precisa de ajustes.

Físicos e psíquicos.

Há quem defenda que os ajustes psíquicos devam acontecer antes, como respaldo para que a pessoa encontre forças, supere a dor e possa reaprender a viver.De longe ou de perto, qualquer pessoa pode avaliar que este pode ser trabalho bastante difícil.

Como pensadora, acho que nosso país passa por uma situação parecida. Ao que eu saiba, não perdemos ou estamos ameaçados de qualquer forma por forças externas. Mas assim como um acidentado, em cinquenta anos ou mais um pouquinho, nossa sociedade passou por vários momentos importantes, onde algumas vidas foram ceifadas. Se isso foi justo ou não, penso que este não seja o ponto desta crônica.

Mas a perda sim.  

Politicamente me parece que nossa sociedade ainda não se refez da perda de algumas ideias. E ainda não se deu conta que algumas cicatrizes estão cada vez menos visíveis. Não porque se esquecem das dores, mas porque a vida tem suas urgências e não podemos ficar parados, ainda que pudéssemos. Em se tratando de historia, o quê se sabe é que ela costuma  viajar dentro de um trem cuja velocidade varia entre os 90 e 150 km por hora!

Ao que posso observar, as mudanças tupiniquins tem sido a reboque das acontecidas em todo planeta. Mais do que nunca, podemos dizer que estamos num trem, com todos os países atrelados uns nos outros.  

Com a internet jogando por terra  tudo que sabíamos e tínhamos certeza do controle, nossa geração, até onde posso saber, tem suado a camisa para acompanhar essas mudanças, de modo a conseguir produzir com as novas ferramentas.

Se devo pensar a  politica brasileira, me vejo obrigada a mencionar que o pais perdeu pessoas e escreveu muitos capítulos com sangue e saudade. E por isso lastimoso, ferido em seus brios e deprimido como um ser que perde,  esqueceu-se de reaprender o fazer politico.

Hoje, nossa sociedade, segue de forma inconsciente e cega, acreditando na possibilidade de usar receitas velhas sem questionar para quê, para onde e para quem.

Já se passaram algumas semanas que, vendo nosso jornal da noite, assisti a deplorável cena de um Senador do país, depois de uma acalorada discussão com o Presidente da Casa, abandonar a bancada, seguido por mais alguns. Achei a cena horrível! Primeiro pela discussão, segundo pelo ato que abandonarem a cena, como meninos que trocam de mau depois de brigarem por bolinhas do gude!

Até onde posso saber, o mandato de Senador por aqui dura oito anos. E os tais meninos que saíram pisando duro não tem que voltar pra a mesma cena e negociar com o mesmo presidente?

Francamente!

Não sei qual foi o motivo da discussão e penso que isso não vem ao caso. Decidi falar deste fato pra assinalar o quanto estamos distantes do mínimo desejável para homens que pretendam decidir e defender interesses do país.

Quero deixar claro, entretanto, que não estou acusando os Senadores em questão de falta de preparo. A falta de preparo é da sociedade como um todo, que sem orientação ou interesse, elege palhaços e infantilóides.

Porque nossa sociedade esta se esquecendo de trabalhar o crescimento, de mostrar a importância da responsabilidade do adulto.

Como pensadora que sou, espero sinceramente que consigamos transcender essa fase  que tarda a aparecer. Escrevo para que nossa sociedade consiga entender que humor é bom e o riso possível quando o mínimo de responsabilidade garante a presença de dentes brancos e saudáveis.  Fora isso, não há porque sorrir.

Inté,



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