27 abril 2015

Crônicas da Filosofia: “Macacos descidos das árvores.”



Em tempos de internet, ao invés de perguntarmos aos amigos se viram nossas apresentações, conferimos as estatísticas. De acordo com os números da minha última crônica sobre provincianismo, hoje vou colocar aqui, em língua portuguesa, alguma coisa conhecida sobre cultura inglesa.  

Pra quem não sabe, Agatha Christie é o nome de uma das maiores escritoras de suspense, vinda da distante Inglaterra. Nos seus livros se pode descobrir não apenas sobre a arte da literatura como também muito das tradições inglesas. E aconselho aos curiosos e estudantes de qualquer matéria. Sim, levo em conta de que os costumes sociais podem ter mudado de lá pra cá.  Mas penso ser válido mencionar o passado para ter e proporcionar outras boas oportunidades.

Os ingleses são provincianos, e muito. Não abrem mão de hábitos cultivados há séculos. Não penso ser possível que a sociedade brazuca se adapte a esses costumes. O quê não quer dizer que não respeitamos os ingleses. De minha parte, pelo contrário: sou uma fã declarada e faço o quê estiver ao meu alcance no sentido de demonstrar a grande admiração que sinto por essa cultura secular.

Aproveito a oportunidade para reiterar que sou uma cientista social e, como pensadora, uma das minhas obrigações é questionar, espetar e, se for necessário, chutar!

Sorry!! Ossos o ofício.







E sim, acho que nossa sociedade poderia ganhar imenso se conseguisse aprender com a cultura inglesa. Um dos impedimentos, a meu ver, é que ao contrário da Inglaterra, somos um país mestiço, continental e quente! A coisa vai como dá pra ser porque estamos no Brasil. Por aqui somam -se necessidades e, mesmo sem o respaldo de uma cultura para nos abonar a conduta, qualquer atitude que salde dívidas torna-se válida diante de argumentos. Qualquer argumento, mínimo que seja.

Como pensadora que sou, vejo cultura como requinte, ilustração, o fino da bossa como se diz por aqui

O resto é a macaquice que pula de galho em galho e se alimenta o que dá a mata. E nisso não há qualquer mistério ou aprendizado. Atitudes como essa qualquer pessoa pode praticar. 

Mas sim, o fino da bossa. 

Na prática da teoria, os ingleses e sua politica tem desfilado pelo mundo dos obstáculos, através do tempo e do espaço, com eficiência e elegância. 

Passando da genérica eficiência construída por um particular inteligente, quero analisar a distância cultivada entre as pessoas dentro de algumas culturas. Às vezes fico na dúvida se sou mesmo antipática ou se, por uma questão de visão cultural, me mantenho distante. E me pergunto se essa coisa de participar da cama alheia, da vida alheia, da casa alheia, não deve ser vista com alguma suspeita e receio.

Será que a conivência do alheio não seria coisa pra criminosos, leves e ou pesados? Será que não é justamente a contravenção que cria a necessidade da cumplicidade? Em linguagem jurídica, formação de quadrilha. 

Alguém ai tem por hábito dormir com uma cobra jararaca viva?

Infelizmente as noticias são muito ruins e as perspectivas piores ainda, se as coisas continuarem obedecendo aos ditames das valas negras. 

A alternativa que eu posso propor não é minha e tem sido usada há séculos. Esse conhecimento, ao que eu saiba, vem da Torá. 

A dúvida. 

Segundo os judeus, a sabedoria esta na dúvida. Quando uma pergunta é formulada cria a necessidade de uma resposta. E respostas suscitam atitudes.

E assim, com perguntas, respostas e atitudes se definem os contornos de uma sociedade. Contorno esse que inevitavelmente deve competir com outros perfis. 

E com quê resultado?


Inté,

Divarrah


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