por educavirtual
Qual é a sua vocação? Quais são os seus talentos? Você conhece todo o seu potencial?
Já ouvimos várias palestras sobre esse tema, conversamos com psicólogos e orientadores, mas para muitas pessoas, mesmo exercendo alguma profissão, o significado do termo ainda não é claro. Muitos ainda têm muitas dúvidas.
Fazemos testes vocacionais e mesmo assim nos “encontramos perdidos”. Temos medo de tomar decisões porque, afinal de contas, não podemos errar em nossa vocação.
O que é vocação?
A palavra tem um sentido muito amplo. Sua origem é latina – vocatione (substantivo) – e significa chamado, escolha, tendência, disposição, talento, aptidão. Ou Vocare (verbo) que significa chamar. Na teoria é fácil entender o termo, mas na prática…
Aristóteles, filósofo grego que viveu do ano 384 a 322 a.C., nos dá uma excelente definição de vocação:
“Onde uma necessidade do mundo e os seus talentos se cruzarem, aí está sua vocação”.
Aristóteles estava inspiradíssimo quando filosofou sobre esse tema. Essa definição muda muita coisa e pode nos ajudar a enxergar a vocação sob outro prisma: o de que nós não temos uma vocação pronta, única, definitiva.
A vocação não é simplesmente uma escolha. Temos, sim, talentos, aptidões e habilidades que vão nos direcionar a uma determinada missão ou atividade, e nós nos encaixaremos, ou não, onde houver necessidade. Tentar descobrir nossa vocação sem antes conhecer nossas aptidões, nossos dons naturais, é “atirar no escuro”.
Não existe uma fórmula pronta, do tipo, “faça isso e você será feliz”. Temos que nos conhecer, pelo menos buscar nos conhecer.
Nossos dons estão escondidos em nós, mas porque será que buscamos o que está fora, o que está na moda, o que dá dinheiro, o que dá destaque?
Não existem pessoas com talentos melhores do que os dos outros. Uns têm talentos que outros não têm e vice-versa. Já imaginou um dentista construindo uma casa, sem conhecimento? Um cozinheiro fazendo uma instalação elétrica? Um engenheiro fazendo uma cirurgia?
Existe uma história interessante: Um mecânico conversava com seu médico, enquanto consertava o carro:
– “Tá vendo, Doutor? Nosso trabalho é parecido. Você conserta o coração das pessoas e eu conserto o “coração” de seus carros”.
E o médico respondeu:
-- “Pode até ser. Mas eu quero ver você fazer esse conserto com o motor funcionando!”
Ou seja, “cada um no seu quadrado.”
Se começássemos a viver o que Aristóteles sugere, talvez nossa vida se tornasse melhor e nossa vocação mais completa. Precisamos estar atentos às necessidades do mundo à nossa volta. Sempre haverá uma lacuna a ser preenchida, onde nossas habilidades poderão ser usadas com possibilidade de ganhos. Utilizando a sábia definição de Aristóteles chegamos à seguinte fórmula:
NECESSIDADE + TALENTO = OPORTUNIDADE.
Por isso, devemos conhecer e amadurecer nossos talentos, e estarmos sempre atualizados, na medida do possível. Já pensou? De repente surge uma oportunidade e você não está pronto! Bill Gates, por exemplo, percebeu uma necessidade no mundo da informática e estava apto para desenvolver seu projeto. Deu no que deu. Todos os computadores do mundo usam o produto que ele desenvolveu: o Windows.
Isso não significa que temos que ser um gênio, ficar rico e famoso como Bill Gates. Não é isso que importa. O importante é ser feliz onde estivermos e, para isso, também precisamos estar atentos. Quanto mais conhecimento e experiência, melhor. O importante é a realização pessoal e a satisfação do próximo, a quem, sempre, prestaremos um serviço.
Quem sou eu? O que penso? Do que gosto? Quais são minhas aptidões naturais? Responder a essas perguntas é um passo importante na descoberta de nossa principal vocação. Digo principal porque temos algumas “aptidões secundárias”.
O fato de uma pessoa ter melhores habilidades para a área da biologia, não significa que ela não se sairá bem na área de humanas ou exatas. Médico e mecânico precisam saber administrar seus negócios. Por outro lado, vivemos em comunidade, onde colocamos nossos talentos à disposição.
Nós precisamos uns dos outros. O médico e o dentista precisam do paciente; o comerciante do cliente; o freguês do vendedor; o administrador do contador… E quanto maior for o envolvimento em nosso ramo de trabalho, maiores serão as chances de estarmos prontos para quando surgir uma oportunidade.
Portanto, envolva-se, amadureça seus talentos e fique atento.
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