05 junho 2015

Crônicas da Filosofia: Um banho por semana



Que o Brasil é um país de contrastes nós já sabemos. E como somos uma sociedade formada por várias influências, podemos ter de um lado da família avôs com hábitos trazidos por um parente europeu e do outro lado a influência de alguém que obedece apenas aos próprios instintos

Meu avô, por exemplo, aprendeu com a mãe italiana que banhos deviam ser aos sábados. Para os outros dias da semana, a higiene era feita por meio de uma pequena toalha, água quente e perfumes...

Compartilho com a influência vinda pelas raízes de minha avó que cultivava numa bom banho todos os dias, seguidos de talcos, perfumes, shampoos e mais alguns itens que ela não chegou a conhecer.

Independe de climas e hábitos, a espécie é a mesma: a humana. Salvo diferenças como a cor da pele,  hábitos, a língua, a comida, somos de fato muito parecidos.



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Por isso, posso eu aqui, em 2015 do sul de minas gerais no Brasil, ousar um diálogo com um filosofo dinamarquês Kierkegaard, luterano, do período de 1813 a 1855. 




Cheguei ao nome dele por opinião de algum autor que defende Kierkegaard como autor do existencialismo e não o francês Sartre, como havia entendido. E soube também que uma de suas obras, Temor e Tremor é bastante discutida. Fiquei curiosíssima pra saber o dizia o tal livro.

Seguindo a ordem do material encontrado, comecei pelo livro  Diário de um Sedutor.  Achei muito interessante a proposta de Kierkegaard, não tanto pelo conteúdo mas pela forma que ele escreve esse livro.  

Sob a luz de minha proposta de pensar algumas obras, entendi que o referido filósofo, nesta obra, deixa claro o profundo desprezo que sente pelas coisas amorosas! O livro salta aos olhos pelas propostas de apreender e libertar sua presa.



(...) Mas não será mais revoltante ainda levar alguém a perder-se de sim próprio? O viajante tem, apesar de tudo, a consolação da paisagem, cujo aspecto se vai constantemente modificando aos seus olhos, e o fato de que, em cada uma dessas modificações, pode ter a esperança de encontrar uma saída, mas aquele que se perde em si próprio não tem um tão vasto terreno por onde encaminhar os seus passos, em breve se dá conta de estar fechado num circulo, de onde lhe impossível escapar. 



Penso que assim se virão a passar as coisas no caso dele, mas numa bem mais terrível medida. Nada consigo imaginar de mais penso que integrante cujo firo de intrigas se quebra e volta então contra si próprio, doa a sua sagacidade, porque nesse momento a sua consciência acorda e logo ele tenta libertar-se das confusas malhas que se enredou. 


De nada lhe servem as muitas aberturas que existem na sua toca de raposa, no momento em que já a sua alma inquieta, julga descortinar a luz do dia penetrando no covil, é afinal, uma nova entrada que se lhe depara e perseguindo pelo desemparo com o animal se igualem pelo cais, constantemente busca uma saída e sempre encontra uma entrada por onde, uma vez mais, penetra em si próprio”.


O quê me parece é que o autor nunca vê o valor da transposição dos obstáculos que nos separam de objetivos e do quanto essas experiências podem contribuir para o aprendizado do individuo.

Ele me parece se deparar com o próprio desamparo e tristeza que demonstram vigor quando sua consciência gira em círculos no mesmo lúgubre local.

Em outros textos ele persiste em negar fatos e emoções, imprimindo a situações sociais naturais e corriqueiras a necessidade de algo a ser desfeito. Tudo deve ser negado, segundo entendi no Diário de um Sedutor. Porque para Kierkegaard, apenas a negação leva a novos acontecimentos.

Confesso ser uma estudante aplicada, entretanto principiante. Mas me parece que fatos e emoções recusados como embalagens de produtos descartadas para permitir o uso do produto. E Kierkegaard joga fora também o produto, por entender que também este produto, assim como a embalagem não tem qualquer valor e, em seguida adquire um novo produto cuja embalagem e produto são igualmente um equívoco.

Se estamos falando de filosofia, qual devia ser para Kierkegaard o sentido da vida?
Alguém ai se arrisca num palpite?

Inte,
Divarrah


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