14 janeiro 2015

A Arte do Carnaval


ALEGORIAS E ADEREÇOS




As alegorias são os carros ou tripés que vão contando o enredo com destaques sobre elas. As alegorias não podem ultrapassar oito metros e cinquenta centímetros de largura e nove metros e oitenta centímetros de altura. Nenhuma alegoria pode ser movida à tração animal, nem carros motorizados. Para a concepção das alegorias serão dadas notas de 02 a 04 que valerão para a capacidade da escola em criar carros que explorem as potencialidades do enredo. 

Os carros alegóricos costumam ser os chamarizes dos desfiles. É um segredo que muitos carnavalescos preferem guardar para apresentar apenas no dia dos desfiles. Quanto mais efeitos visuais, mais extasiado fica o público. Mas o júri não está preocupado em promover espetáculo hollywoodiano. Ele preocupa-se em dar notas de 03 a 06 na realização dessas alegorias, de como os carnavalescos criaram formas originais para adequar o enredo à beleza desses carros. 

O júri não esquece que nos carros devem estar presentes os elementos do enredo. De nada adianta colocar carros fantásticos que nada tenham a ver com o enredo. Por mais magnífico que seja, se não estiver dentro do enredo, o jurado certamente não dará notas máximas.



BATERIA 





É o coração da escola, uma verdadeira orquestra de percussão. Cada estilo de uma agremiação faz com que o número de componentes seja diferente, porém, o número mínimo exigido é de 200 ritmistas (Hoje as escolas contam , em sua maioria, com 400 integrantes).Aquela que levantar a galera, unindo criatividade e técnica, obterá vantagem sobre as outras. 


COMISSÃO DE FRENTE





A Comissão de Frente é o cartão de visitas da escola e requer um esmero especial. Como que para dar as boas-vindas e apresentar a escola que a sucede, essa comissão apresenta-se de maneira tradicional, com reverência e de modo adequado ao enredo. Para o item apresentação, as notas variam de 03 a 06, e a coreografia previamente ensaiada conta valiosos pontos. A comissão é um resumo do enredo, anunciando o desenrolar do enredo da escola. 

Por isso sua indumentária (notas de 02 a 04) tem de ser adequada. Se for tradicional, os integrantes apresentam-se de smoking ou fraques ou ternos, com chapéus saudando o povo. Ou então de maneira original criativa como um tira-gosto para a apresentação da escola. As fantasias têm ser bem-acabadas, a uniformidade também é imprescindível, assim como a adequação dos materiais. A comissão de frente é o primeiro contingente humano a pisar a Avenida.


CONJUNTO


É a visão geral do desfile. As notas vão de 05 a 10. Os jurados desse quesito estão atentos para todos os componentes, para todo o desfile. Eles precisam estar atentos para a unidade da Escola, tanto para a musical quanto para a dramática e a visual, e como a escola se apresenta na sua totalidade, com alegria, com os carros bem integrados ao enredo, com a história bem contada. Os jurados têm de estar atentos para os detalhes que vão formar o todo, desde as cores das fantasias, sua funcionalidade para contar o enredo, a originalidade, o samba bem cantado, a bateria afinada e a empolgação da escola.


ENREDO


A tarefa de um juiz de enredo é basicamente observar a idéia do enredo, a criação artística desse enredo que vai contar uma história ao longo da passarela. Para essa concepção o jurado dá notas de 02 a 04 atentando para a originalidade, a criatividade e basicamente o roteiro, já que ele define a forma do enredo, o encadeamento das partes, o entrosamento das alas, sua sequência e sua lógica interna. 

Notas de 03 a 06 são dadas para a realização desse enredo, a clareza do argumento, o acompanhamento fácil do argumento. Nesse item ainda contam pontos a harmonia do tema com o espetáculo, a maneira original como ele é feita e os elementos que enriquecem a história. O importante é que o enredo se desenrole de maneira fácil, fluída, que todos possam compreender sem maiores complicações e subentendidos.



EVOLUÇÃO





Neste quesito a empolgação do componente é fundamental. O item Movimentação dos desfilantes tem notas de 03 a 06 que vai julgar o andamento da dança, no ritmo do samba, de acordo com a cadência imposta pela Bateria. Os componentes vão ter de mostrar sua empolgação, a vibração, a espontaneidade e o vigor. Já no item coesão do desfile as notas vão de 02 a 04 e o que prevalece é naturalmente a coesão do desfile, que se evite os buracos entre uma ala e outra a não ser os espaços deixados propositadamente para as alas de passo marcado pôr exemplo, ou o espaço exigido para a evolução do mestre-sala e da porta-bandeira. Quanto mais compacta a escola, mais pontos ela obterá.


FANTASIAS




As fantasias têm, pôr definição, explicar o enredo, mostrar a ação, esclarecer ao público a história que a escola está contando. Elas vão mostrando, em diversas alas, a conteúdo do enredo. E devem ser adequadas ao enredo. Por exemplo, uma escola que fale do descobrimento do Brasil não pode ter alas fantasiadas de personagens da Disneylândia ou a turma da Mônica ou ainda a Xuxa. As notas de 02 a 04 vão para a concepção dessas fantasias, como o carnavalesco e o figurinista pensaram essas fantasias para melhor contar sua história. A criatividade dessas fantasias, a variedade, a criação e o estilo desses figurinos.

As notas de 03 a 06 vão para a forma como a criação artística dessas fantasias se apresenta na avenida. São os efeitos dessas fantasias, o impacto das cores e das formas durante o desfile e a adequação dos materiais sempre ligados ao enredo. Contará ponto também a maneira como foi concebida a fantasia de forma a permitir que os componentes possam pular e sambar sem estarem presos a couraças.

Os acabamentos, os cuidados com a confecção e a uniformidade dos detalhes também são levados em conta. Por isso os carnavalescos têm de estar atentos para que os sapatos, os biquínis, calções, chapéus, meias, entre outros, estejam iguais, nos mesmos tons, mesma cor, pois qualquer deslize pode custar alguns pontos a menos.


HARMONIA


Nesse quesito há subdivisão em dois itens; o da harmonia do canto (notas de 02 a 05) e harmonia do samba (notas de 03 a 05). A harmonia do canto é a constatação da perfeita igualdade do canto, da letra e melodia do samba pela totalidade dos componentes da escola. Caso uma escola "atravesse o samba", quando uma parte da escola canta uma estrofe do samba e a outra entoa outra estrofe diferente, há perda substancial de pontos porque a harmonia do samba está desfeita. É importante que os jurados de Harmonia atentem para a continuidade e inalterabilidade do samba, assim como a manutenção de sua tonalidade.

Já na harmonia do samba, o que prevalece é o entrosamento da melodia do samba com o ritmo. A Harmonia é o entrosamento entre o ritmo e o canto observando-se a distribuição dos componentes da escola. Os mestres de harmonia costumam ser os intrépidos sambistas que percorrem todas as alas preocupados o tempo todo em não deixar a escola atravessar. Com apitos e megafones, eles mantêm essa unidade que só faz aumentar a beleza dos desfiles.


MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA


O casal que desempenha este papel representa a escola na avenida, como símbolos da entidade, apresentando a bandeira da escola ao público. Qualquer tropeço ou um movimento inadequado (como deixar a bandeira bater no mestre-sala) de acordo com as rígidas regras pode fazer a escola perder pontos.


SAMBA-ENREDO


O samba-enredo, como o próprio nome diz, tem de traduzir o enredo proposto pela escola, procurando não fugir dele. A simplicidade pode ser a chave. O uso de refrões fortes e a conseqüente lembrança pelo público, que cante junto durante o desfile, são pontos fundamentais na hora da votação. 






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