27 janeiro 2015

A História da Ilustração





Originariamente, ilustração e escrita eram uma só coisa, já que ambas nasceram dos caracteres pictográficos, imagens sintetizadas num signo linear e ordenadas de modo a transmitir idéias. A ilustração propriamente dita existe quando uma mesma mensagem pode ser interpretada por duas vias: a primeira, mediante a leitura de sinais abstratos e a segunda, por imagens pictóricas.
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Ilustração é qualquer representação gráfica que venha a explicar, esclarecer ou embelezar um texto. A ilustração pode ter, portanto, finalidade informativa ou ornamental.




Na antiguidade, era frequente se juntarem figuras às inscrições monumentais, como na estela de Israel e no Código de Hamurabi. Também era comum a ilustração de textos científicos, sobretudo médicos e botânicos, mas os documentos dessa época são escassos. A rigor, a arte da ilustração surgiu com o papiro egípcio e daí passou ao códice de pergaminho, na forma de miniaturas conhecidas como iluminuras. Um dos mais antigos manuscritos desse tipo que sobrevivem é a Ilíada, do século IV, da Biblioteca Ambrosiana de Milão. No cristianismo primitivo, a ilustração foi muito usada para evangelizar uma população que, em sua maior parte, não sabia ler.
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Os séculos XVII e XVIII foram a época de esplendor da ilustração gravada em metal. Presente nas folhas de rosto alegóricas características do estilo barroco, o talho-doce apresenta, porém, a desvantagem de exigir a estampagem num tipo de prensa diferente daquela em que se imprime o texto. A litografia, inventada no fim do século XVIII mas utilizada na ilustração do livro apenas a partir do século XIX, é um dos processos de execução mais fácil. Consagrada pelo romantismo, teve seu primeiro grande sucesso na arte do livro com a edição do Fausto de Goethe, ilustrada por Delacroix, em 1828. O processo deu grande impulso à ilustração tipográfica, de que são o melhor exemplo as Voyages pittoresques et romantiques dans l'ancienne France (1820-1878; Viagens pitorescas e românticas à antiga França), publicadas em vinte volumes. Mais tarde, tornou-se o instrumento por excelência da crítica social, na ilustração caricata de publicações periódicas.

No início do século XIX popularizou-se também a zincografia. Seguiram-se os processos fotomecânicos, que permitiram a produção em larga escala de livros didáticos e técnicos ilustrados com a necessária precisão documental e a favoreceram a multiplicação das revistas de atualidades. Grande número de artistas modernos, como Toulouse-Lautrec, Matisse, Picasso, Kandinski, Paul Klee e Salvador Dalí, dedicaram-se à ilustração. As novas técnicas de reprodução incluem o linóleo e a serigrafia, entre outras.



A ilustração de livros se divide habitualmente em dois tipos: intratextual (figura) e extratextual (estampa, prancha ou lâmina). Os processos mais antigos de ilustração, ainda empregados em edições de luxo, se faziam por gravura: em relevo (xilogravura), a entalhe (talho-doce) e em plano (litografia). Modernamente, emprega-se a fotogravura (processos fotomecânicos), também nos seus três sistemas: em relevo (clichês a traço e autotipias), a entalhe (rotogravura) e em plano (offset). Os jornais, que eram ilustrados pelos três processos de gravura, hoje são exclusivamente realizados por meios fotomecânicos, especialmente pela rotogravura e offset, que permitem imprimir, ao mesmo tempo, o texto e as ilustrações.





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